radiação eletromagnética, que percorre o espaço e toca a penumbra no vazio não absoluto, onde se encontram corpos que criam resistência ao serem tocados, ora por ondas, ora por partículas, mas com o mesmo resultado: experiência sensorial profunda.

Fomos convidados pelo rastrø collective para fazer sua identidade visual e no primeiro momento pensamos: “nossa, arroxado!”

Criar a linguagem visual de um coletivo de lighting designers seria um mega desafio, pois estaríamos criando para criadores com conhecimento técnico e expertise em nossa área. Aceitamos felizes e com muito orgulho por terem sido nós os escolhidos e mergulhamos fundo no briefing e referências captadas em nossos encontros.

Tá, mas o que é o rastrø?

É um oletivo formado por criativos de Brasília, que resolveram reunir suas expertises em vários campos, passeando pelas belas artes e programação de computadores, para dar vida às luzes em tubulares LED. O conceito não é novo, mas no Distrito Federal são pioneiros nesse segmento.

Beleza, e como chegaram na identidade visual aprovada?

Nosso desafio era transmitir no logotipo e em todas as peças gráficas, a ideia de ser código transformado em luz através de tubulares LED e que essa junção deixasse um rastro por onde passasse.

Pois bem, começamos pela tipografia, escolhendo a OCR-A, uma fonte que surgiu nos primórdios do reconhecimento óptico de caracteres, quando havia a necessidade de uma fonte que pudesse ser reconhecida não apenas pelos computadores daquele época, mas também pelos humanos, bem nerd né?

A paleta de cores era restrita, já tinha sido escolhida pelo cliente, mas podíamos brincar com transições entre as cores, daí pensamos em como um rastro deixado por um feixe de luz no espaço começa radiante, pulsando vivamente e com o passar do tempo e percurso, vai se apagando até desaparecer. Usamos uma barra com efeito neon para representar uma tubular LED, viva e pulsante, e um rastro que a segue, perdendo seu brilho e cor, sofrendo o processo entrópico a que todos nós estamos fadados.

Como fonte de apoio, optamos pela Courier, fonte tipográfica monoespaçada, de serifa egípcia, projetada para assemelhar a saída de uma máquina de escrever. Ela foi introduzida junto com o Windows 3.1 e todo programador ou entusiasta da informática já passou por ela pelo menos uma vez na vida. Ela também é famosinha nos filmes de hackers hollywoodianos.

Missão dada é missão cumprida?

Depois de quatro versões, até acertamos em cheio o coração do cliente, chegamos nesse formato de rastro uniforme, com algumas variações para deixar as aplicações mais dinâmicas e acreditamos ter alcançado nosso objetivo com louvor.

 

Muito obrigado pela confiança, rastrø collective. <3